A marcha aconteceu em Luanda no sábado e terminou com detenções de líderes estudantis e jornalistas© Manuel Luamba/DW
A informação foi transmitida pelo vice-presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA), Joaquim Lutumbi, um dos estudantes detidos no sábado (26.04), garantindo que a luta por um ensino melhor e pelo direito à educação vai continuar.
"Estamos agora soltos depois de alguns dias presos pela polícia, mas a nossa luta pelo direito à educação tem de continuar. Esta nossa detenção motivou-nos cada vez mais a lutar, porque as condições das nossas escolas, a falta de professores, a falta de carteira, de material de ensino continuam", disse Lutambi à saída do tribunal.
Segundo o vice-presidente do MEA, a "falta de provas do crime" de desobediência às autoridades de que os estudantes eram acusados concorreu para a sua liberdade, acusando o instrutor do processo de "incompetência".
Críticas à atuação policial
"Felizmente o tribunal e o juiz entenderam a incompetência do instrutor processual, que não teve como montar as mentiras que nos queriam incriminar e o meritíssimo juiz, então, nos mandou em liberdade por não existirem elementos de prova para nos incriminar", referiu o estudante.
Jornalistas intimidados
Além dos estudantes, foram também detidos ou intimidado pela polícia quando faziam a cobertura da manifestação quatro jornalistas angolanos, entre esses o correspondente da DW África no local, que se queixaram de ter sido obrigados a entregar os telemóveis para serem inspecionados.