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PROTESTOS EM ANGOLA: "NÃO SÃO BALAS PERDIDAS"
Por Miguel Filho
Publicado em 02/08/2025 07:42
ACTUALIDADE
Assassinato de Ana Silvi Mubiala, que foi morta à frente do seu filho, nos protestos em Luanda, por uma bala da UIR, chocou Angola. © Julio Pacheco Ntela/AFP

Ana Silvia Mubiala foi morta à frente do filho por uma bala da UIR durante protestos em Luanda. Ativistas dizem que "são balas intencionais". A polícia justifica-se.

Tiros à queima-roupa da polícia angolana deixaram quatro crianças órfãs de mãe esta terça-feira, nos arredores de Luanda. Ana Silvia Mubiala não estava armada — o único “crime” que cometeu foi sair de casa para comprar Omo, num dia em que a polícia decidiu, indiscriminadamente, regar o povo de balas. 

 

O adolescente ainda implorou: "Levanta, mamã", mas Ana já tinha caído para sempre. Tentava proteger o filho dos disparos quando foi atingida pelas costas — um trauma que, certamente, acompanhará o rapaz até ao fim dos seus dias.

"São balas intencionais"

Os críticos do regime não olham para a barbaridade policial como um simples incidente. À DW, a ativista Laura Macedo diz não serem "balas perdidas". "São balas intencionais”, garante.

A intimidação está instalada ao mais alto nível em Angola, depois dos protestos. Desde então, a zona do Caop, no município de Viana, tornou-se provavelmente uma das mais policiadas de Luanda. Moradores relatam a presença estranha de supostos polícias à paisana, vestidos com casacos pesados apesar do calor, para esconderem as armas.

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